Origens da Carreira de Farmácia

ORIGENS E EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA

A Farmácia, ciência que cuida da pra-oração, conservação, padronização e dispensação dos medicamentos, é um setor da Farmacologia.

Farmacologia é a ciência que estuda as substâncias (fármacos) que introduzidas no organismo, lhe modificam as funções (do grego “pharmakon”, fármaco, droga, medicamento, remédio, filtro mágico).
Por um longo período, confundiram-se as funções de médico e farmacêutico, pois o mesmo indivíduo que preparava o remédio também diagnostificava. Apesar disto, já no período em que viveram Hlpócrates (conhecido como “Pai da Medicina”) e Galeno (Cognominado “Pai da Farmácia”) era encontrada uma diferenciação relativa. Esta especialização talvez fosse fruto das preferências pessoais de cada indivíduo por certa atividade, mais que por outra, dentro do seu campo de atuação.

Os gregos, por exemplo, distinguiam o médico que cuidava de seus pacientes pela cirurgia, daquele que prescrevia medicamentos. Os egípcios, faziam distinção entre os médicos que visitavam seus pacientes, dos que ficavam preparando os medicamentos nos templos. Os gregos denominavam os seus médicos-farmacêuticos por pharmaceutal ou cultores da pharmaceutica. A maior parte dos pharmaceutal contemporâneos de Hipêcrates, na impossibilidade de atender seus doentes e, simultaneamente, preparar os medicamentos a serem aplicados, mantinha alguns auxiliares. Estes auxiliares dividiam entre si as tarefas da coleta das ervas medicinais e manipulação das drogas na feitura dos remédios. Os que se dedicavam à coleta eram denominados herbanH, e os que se encarregavam do preparo dos medicamentos, pharmacopei. Havia, ainda, pessoas que transformavam as plantas medicinais em medicamentos, desde os mais simples aos mais complexos.

Os árabes, muito contribuiram para que a Farmácia se emancipasse. Transformando a arte do preparo dos medicamentos em uma atividade cheia de sutilezas, que exigia habilidade e treinamento específico, afastaram os médicos destas atividades. Como a execução dos preparados exigia operações complicadas e demoradas, não tinham condições de prestar a necessária assistência direta e constante, indispensáveis ao paciente.

Foram os árabes que incluíram novas drogas vegetais no arsenal terapêutico. Este povo revolucionou a Tecnologia Farmacêutica da época ao empregar o alambique na purificação da água e destilação de essências, com a criação do xarope, que adoçava os preparados de gosto desagradável, além de outras inovações.

A Farmácia conseguiu grande desenvolvimento no período da Idade Média. Este desenvolvimento foi tão decisivo que sentimos sua repercussão até os dias de hoje. Nessa época foram criadas as corporações dos Boticários por indivíduos que comerciavam drogas de origem vegetal, na sua maioria. Estes indivíduos possuíam pequenos jardins botânicos nos quais faziam o cultivo das plantas medicinais ou dadas como tal.

O sistema de Corporações dos Boticários teve inúmeras conseqüências: enquadrou o boticário-comerciante entre os artesãos, indivíduos que para execução de seu trabalho, precisavam apenas da habilidade manual, sem que este trabalho exigisse habilitação intelectual, treinamento prático ou disponibilidade financeira. Desta forma, a Medicina era tomada como produto de atividade intelectual, enquanto a Farmácia era tida como ativi-dade braçal. Esta última se reduzia à coleta de matéria-prima predeterminada e sua manipulação.

Outra conseqüência do sistema de Corporações dos Boticários foi o vinculo que se estabeleceu entre o exercício da profissão e a propriedade do estabelecimento onde esta era exercida.

Uma terceira conseqüência seria a de que os regulamentos para o exercício desta profissão, na sua maioria, visaram uma garantia do êxito do exercício da arte de boticário e o controle do comércio das drogas.

A Farmácia e a Medicina constituíram inicialmente um todo indissociável, pois o mesmo indivíduo, médico-farmacêutico desempenhava simultaneamente as funções inerentes ao exercício destas duas profissões. Já no século XIII temos o registro da separação legal da Farmácia e da Medicina no Decreto do Imperador Germânico Frederico II, 1240.

A Bioquímica foi-se aprofundando tanto em seus estudos científicos que passou de matéria do curso de Farmácia, a uma habilitação do Farmacêutico. Este passou então a habilitar-se em Farmácia-Bioquímica.

Encarando o desenvolvimento assombroso que ocorreu na evolução da Bioquímica podemos entender a subdivisão da Farmácia em Farmácia e Farmácia-Bioquímica.

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