A palavra Filosofia é formada de dois termos gregos: philein, que significa amigo e sophia, que significa sabedoria. A junção desses dois vocábulos tem o sentido de que o Filósofo não é um sábio, mas sim uma pessoa que se esforça para chegar à sabedoria.
No período entre 800 e 500 a.C. que pode ser denominado tempo-eixo, inter valo de 300 anos, a humanidade evoluiu do pensamento baseado em mitos, ou seja, do pensamento místico para o racional.
Na fase mística a razão estava presa às forças ocultas e divinas, ao animismo, (atribuição de uma ou várias almas aos seres da natureza e ao fetichismo que é o culto de certos objetos inanimados que formou a crença de estarem ligados aos espíritos e que passam a representá-los simbolicemente,l. O mito é criado coletivamente e o homem primitivo já nascia dentro de uma comunidade mística. Ele já tomava consciência de si, dentro de uma sociedade repleta de tabus, que o levava a ser mítico também. A reflexão, a meditação ativa e a razão crítica vieram acabar com a fase dos mitos, tabus e fetiches, criaram um outro tipo de explicação para os problemas da humanidade — a explicação filosófica ou racional.
A Filosofia corno ciência nasceu dentro de certas condições históricas,como por exemplo, fundação e expansão comercial de cidades gregas nas costas da Asia Menor e Sul da Itália, que indicam ter ela emergido na Grécia. Porém, ‘há afirmações de que o seu aparecimento tenha influências orientais e que na China, mais precisamente na India, tenha havido movimentos que devem ser considerados filosóficos. Nestes movimentos havia um elemento de ligação entre o pensar filosófico e a procura da salvação, o que nos leva a crer que a Filosofia tenha surgido aí como um caminho que o homem deveria percorrer para compreensão divina do mundo e de si mesmo.
A Filosofia Chinesa baseia-se na teoria ética, melhor,teoria da boa ou má conduta e na procura de um modo de vida legalmente certo, através do qual o homem deve dirigir sua existência em face da dos outros.
O que caracteriza essa atitude é o traço prático, pois o homem orienta-se para o estudo da natureza humana, da felicidade de cada indivíduo e da coletividade.
A Filosofia Oriental pode ter exercido influências no pensar filosófico grego, que foi o primeiro a dar ao vocábulo Filosofia seu significado científico. Isso porque os gregos não se baseavam em tradições e costumes, pesquisando, estudando e investigando as verdades fundamentais do ser e o porque de sua existência.
Na Grécia, então, o pensamento filosófico apareceu tendo como questão principal a necessidade de se explicar lógica e racionalmente a realidade. Apareceu aí o pensamento filosófico, com uma grande força e independência, ao contrário do seu tímido aparecimento na índia e na China.
A Filosofia passou por diversos períodos tendo cada um deles um pensamento filosófico peculiar.
O Período Pré-Socrático consistiu em dar à especulação a possibilidade de entender à natureza humana como um mundo organizado. A Filosofia Pré-Socrática vê o homem como parte da natureza, nk como um problema isolado.
A sofística, movimento intelectual que surgiu na Grécia no século V a.C., tinha como pontos fundamentais, a concentraçao do interesse filosófico no homem e seus problemas; a habilidade para recusar ou aprovar, ao mesmo tempo, teses contraditórias; a oposição entre a natureza e a lei; e o reconhecimento de que a natureza não conhece outro direito senão o do mais forte.
A Patrística consistia na elaboração doutrinária das crenças religiosas do cristianismo e em sua defesa contra o ataque dos pagãos e contra as heresias. Esse período caracteriza-se por não separar a religião da filosofia.
A principal figura da Patrística é Santo Agostinho (354-430) e lhe coube a assimilação da filosofia grega sem a perda do cristianismo.
O período seguinte se caracterizou pelo pensamento escolástico. Na Escolástica, o exercício da atividade racional tinha a finalidade de chegar à verdade religiosa, procurando evitar a incredulidade e a heresia.
O Humanismo nasceu da fusão de Filosofia e Teologia no pensamento medieval e tinha uma tendência de amor e culto à Antigüidade Clássica. Isso porque e Antigüidade Clássica era considerada como afirmação da independência do espírito humano e de seu valor.
Sucedendo o Humanismo, veio o iluminismo, que tinha como característica a crença no poder da razão e na possibilidade de se reestruturar a sociedade com base em princípios racionais. Para os Iluministas, a tarefa do homem era o conhecimento da natureza e seu domínio. Consideravam a História a partir de um ponto de vista crítico, encarando o passado como desnecessário à evolução da humanidade e caracterizando-o como um conjunto de erros que podiam ser explicados pelo poder da razão.
O Romantismo surgiu como reação ao Iluminismo. Consistia em um movimento filosófico, artístico e literário que não considerava tanto as ciências naturais, contrariando o Iluminismo, preferindo as do espírito e valorizando a História. O Romantismo substituiu a noção de individualidade pela de totalidade.
O Positivismo coordenou e fundiu o Iluminismo e o Romantismo. Juntou a tendência científica do Iluminismo á tendência histórica do Romantismo.
O Positivismo é a teoria do saber que Mo admite outra realidade que não sejam os fatos e não investiga outra coisa que não sejam as relações entre os fatos.
A Filosofia contemporânea procura estabelecer novas relações com o passado e novas formas de interpretá-lo. A tendência atual é fundir a própria história da Filosofia e a consciência dos problemas atuais, onde o principal tema de estudos é o ser humano, que se encontra, muitas vezes, perdido no mundo atual e que necessita se incluir nas suas próprias reflexões.