Filosofia no Brasil

A Filosofia só se afirmou no Brasil a partir do século XIX. O país não teve grandes motivos que o levassem a uma reflexão filosófica de cunho nacional, e por isso essa ciência não apresentou alto grau de originalidade. Até ai, o país seguia as linhas do pensamento português, que tinha o mesmo espírito filosófico medieval, ou seja, o pensamento escolástico, que assim se denomina por ter sido ensinado nas escolas da Idade Média.

Na segunda metade do século XIX, a Filosofia no Brasil já se encontrava mais adiantada e atualmente já não se trata mais de iniciativa de intelectuais isolados, passando a se libertar dos academicismos a que estava presa.

Vem se buscando uma nova perspectiva no campo dos estudos filosóficos e começam a surgir grupos de professores e estudantes de Filosofia que se dedicam mais às pesquisas.

Isso revela uma alta manifestação da nossa cultura que deve tomar novos impulsos, principalmente com as promoções da Sociedade Brasileira de Filósofos Católicos, Instituto Brasileiro de Filosofia e outras entidades semelhantes.

Hoje nossa Filosofia se baseia nas tendências representativas do Existencialismo, que é a doutrina que se fundamenta nas raízes da existência humana; na Fenomenologia que é o sistema filosófico em que se estudam os fenômenos interiores considerados ontológicos ou relativos á teoria ontológica, que é aquela que se ocupa do SER considerado em si mesmo, independentemente do modo pelo qual se manifesta; na Neo-Escolástica, que é a re-formulação e ampliação da Filosofia Escolástica; e nas tendências da Filosofia Científica, que considera os conhecimentos científicos como definitivos, negando que haja importància nos problemas que não possam ser resolvidos cientificamente.

O ENSINO DA FILOSOFIA NO BRASIL

Em 1934, foi criada a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo e instalou-se nesse mesmo ano a seção de filosofia. Es-se fato é tão importante para a cultura brasileira, como para a nossa Filosofia Nacional, pois desde o início, a seção de Filosofia da Universidade de São Paulo contou com a colaboração de eminentes professores, notadamente franceses, que imprimiram aos cursos uma orientação dentro dos mais altos padrões de ensino.

Os cursos de Filosofia foram iniciados pelo Prof. Etienne Borne, que durante o segundo semestre de 1934 encarregou-se das cadeiras de Filosofia Geral, História da Filosofia e Psicologia. No mesmo ano, famosos cientistas sociais, como Paul Arbousse Bastida e Claude Levy-Strauss, foram contratados pela Faculdade para ministrarem aulas de Sociologia no curso de Filosofia e de Ciências Sociais.

Assim, o curso de Filosofia dessa Faculdade recebeu colaboração de vários professores franceses e de outras nacionalidades, tão ilustres quanto os já citados. E graças à orientação desses professores, o Departamento de Filosofia constituiu um corpo docente nacional de alto nível, sendo que muitos de seus membros fizeram também estudos de especialização na França.

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