Origens e evolução da Fisioterapia

Fisioterapia significa, etimologicamente, tratamento por agentes físicos, como a água, o calor, o frio, a eletricidade.
Sua história ê contemporânea à própria história do homem. Podemos dizer que a Fisioterapia nasceu quando o primeiro homem mergulhou nas águas de um rio ou se expôs à revitalizante ação dos raios solares.

Os arqueologistas muito têm contribuído para esclarecer os fatos históricos da Fisioterapia. Certas figuras encontradas nas paredes de túmulos e palácios de antigas civilizações (egípcias, persas, hindus, chinesas) evidenciam, pela Posição em que se encontram as pessoas, a prática de exercícios corporais ainda hoje praticados em todo o mundo.

Dizem os historiadores que trinta séculos antes de Cristo, os chineses já praticavam exercícios com a finalidade de preservar a saúde.

Para podermos melhor estudar a história da Fisioterapia, vamos dividi-la em seus próprios ramos.

A Cinesioterapia (terapia por movimentos) ganhou sua marca definitiva na era Helênica, com os Jogos Olímpicos. Após a derrocada da Civilização Grega, com a supremacia do Império Romano, foi dedicada uma especial atenção aos banhos. Datam dessa época os famosos balneários romanos.

A história da Cinesioterapia antiga contou com uma surpreendente personalidade médica, representada por Galeno.

A Cinesioterapia, a Mecanoterapia, a Massoterapia (terapia por massagens), a Radioterapia, a Hidroterapia, a Termoterapia e a Eletroterapia, por serem ramos paralelos da Fisioterapia, têm histórias interpenetradas, sendo impossível separá-las.

Desde o século XIII, eram ressaltados o valor higiênico e terapêutico dos exercícios físicos, e o interesse por eles cresceu na época do Renascimento.

A Mecanoterapia era recomendada, nessa época, pelo famoso cirurgião Ambroise Pare, no tratamento de soldados mutilados de guerra.

No decorrer do século XVII, muitas obras foram escritas sobre Cinesioterapia e Mecanoterapia. As mais importantes foram: “Fundamentos Gerais de Ginástica”, de Liedbeck e Georgü, e as obras de Timothy Bright e Thomas Sydenham.

Mais tarde, a Cinesioterapia foi enriquecida por Zander, que construiu vários e eficientes aparelhos de Mecanoterapia.

O primeiro livro americano sobre massagens foi escrito no século XIX, por Douglas Grahan, de Boston.

Nos períodos posteriores às duas Grandes Guerras, a Fisioterapia projetou-se no cenário médico mundial com muito prestígio. Surgiram numerosas obras sobre o assunto e grande número de Centros de Reabilitação.

Segundo os historiadores, o mais antigo fato conhecido sobre a Eletroterapia —tratamento por meio de correntes elétricas — deu-se no tempo de crucificação de Jesus Cristo. Antero, um nobre romano, passeava pelas margens do rio Tibre quando pisou, sem querer, sobre um peixe elétrico. Depois daquele “choque”, ficou instantaneamente curado. A partir daí, muitos foram os médicos a recomendarem repetidos choques de peixe elétrico para a cura de certas doenças. Mas foi William Gilbert quem marcou definitivamente a moderna Eletroterapia, com a obra intitulada “De Magnete”. Ele é considerado o “Pai da Eletroterapia”.

A Franklin se deve o uso, na eletricidade médica, dos termos positivo e negativo, hoje universalmente usados. Foi Franklin, também, quem demonstrou a natureza elétrica dos raios e usou a eletricidade no tratamento de pacientes sofredores de paralisias.

O primeiro hospital da Inglaterra a usar um aparelho elétrico para tratamento foi o Middesex Hospital. Quem dirigia o Departamento de Fisioterapia era o Dr. Goldwin Bird.

Guilherme Duchene é considerado, hoje, “o mais famoso e ilustre de todos os Eletroterapeutas”. Aos 61 anos, publicou seu livro “Fisioterapia dos Movimentos”.

O advento das correntes de alta freqüência deu-se pela contribuição de um neurologista americano, Sir Weil Mitchell, que provou que uma corrente induzida provoca um efeito térmico. A esse fenômeno é dado o nome de Diatermia. O termo foi primeiramente usado em 1907, por Nagelschimidt.

A Hidroterapia teve um período áureo durante o Império Romano, com os balneários, que possuíam até 1.600 salas de banho. Porém, no período compreendido entre a queda do Império Romano e a Renascença, o gosto dos banhos diminuiu sensivelmente, só ressurgindo em 1747, quando John Wesley escreveu seu livro “Física Primitiva”.

Na Europa, a Hidroterapia atingiu seu ápice com a construção da Clínica de Hidroterapia de Vicente Priesnitz, nos arredores de Viena.

O prestígio da moderna Hidroterapia revela-se na instalação, em todo o mundo, de numerosas estâncias hidrominerais.

As piscinas e os exercícios subaquáticos desenvolvidos pelos americanos Lowman, Hanson e Hoke, são de grande ajuda no tratamento e recuperação de incapacitados.

A Termoterapia — tratamento por calor — já era usada há trás mil anos, quando Homero descreveu os efeitos curativos de banhos quentes, usados por egípcios, judeus e chineses.

Em 1840 foi publicado o primeiro livro sobre Termoterapia, intitulado “Trai-te de l’incumbation”, em que Guyot, seu autor, explicou o tratamento por altas temperaturas de sintomas que apresentavam sensação de dor. Em 1872, na França, a Termoterapia já era usada no tratamento da sífilis.

Após este breve estudo, podemos notar que a história da Fisioterapia é uma série de acontecimentos que, somados, nos dão uma idéia conjunta de como foram desenvolvidas as técnicas para a recuperação e bem-estar do corpo humano.

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